Alfabetização em televisão
Qualquer que seja a inteligência que se tenha da frase A alfabetização em televisão, ela nos remete a duas questões fundamentais - a da curiosidade humana e a da leitura do mundo, enquanto leitura primeira, anterior a leitura da palavra. A curiosidade, própria da experiência vital se aprofunda e se aprimora no mundo da existência humana. Enquanto inquietação em face do não-eu, espanto ante o desconhecimento, ante o mistério, desejo de conhecer, de desvelar o escondido, de procurar a explicação dos fatos, de averiguar, de investigar para constatar, que possibilita a captação das suas notas constitutivas e a produção de sua inteligência que sendo histórica, se acha submetida a condicionamentos. Daí que a inteligência do objeto tenha historicidade, quer dizer, possa variar no tempo e no espaço.
Ser histórico-sócio-cultural, fazendo-se e refazendo-se na história que faz, o ser humano é naturalmente curioso, mas a sua curiosidade histórica, tal qual ele, opera em níveis diferentes que produzem achados também diferentes. Acompanhado os movimentos desiguais das aproximações aos objetos que faz a consciência intencionada ao mundo, a curiosidade, se transitivamente, de forma ingênua ou critica.
Uma leitura de mundo crítica implica o exercício da curiosidade e o seu desafio para que se saiba defender das armadilhas, por exemplo, que lhe põem no caminho as ideologias.
As ideologias veiculadas de forma sutil pelos instrumentos chamados de comunicação, minha briga, por isso mesmo, é pelo aumento de criticidade com que nos podemos defender desta força alienante esta continua sendo uma tarefa fundamental de pratica educativo-democrático, que poderemos fazer, sem o exercício da curiosidade crítica, em face do poder indiscutível que tem a mídia e a que Wright Mills já se referia nos anos 50, verdade? Ouvi no jornal da TV X, é o que dizem muitos de nós, sem duvida, quase absolutamente possuídos pela verdade sonora e coloridamente proclamada.
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