Alfabetização em Processo - Capítulo 2
Informação e assimilação no início da alfabetização
“O desenvolvimento da alfabetização ocorre, sem dúvida, em um ambiente social. Mas as práticas sociais, assim como as informações sociais, não são recebidas passivamente pelas crianças. Quando tentam compreender, elas necessariamente transformam o conteúdo recebido. Além do mais, afim de registrarem a informação, elas a transformam. Este é o significado profundo da noção de assimilação que Piaget colocou no âmago de sua teoria.” (p.p. 22 e 23)
“Seguiremos pormenorizadamente a evolução de duas crianças. Ambas tem pais com nível universitário, pais para quem a leitura e a escrita são partes da vida diária e que têm um interesse genuíno pelo desenvolvimento de seus filhos (em especial, acompanham com grande interesse seu desenvolvimento intelectual). Estas crianças têm inúmeros livros a seu alcance: livros comprados para elas, livros que são lidos para elas, livros nas escrivaninhas de seus pais, livros utilizados em casa.” (p.23)
Santiago
“Santiago é filho único. Com a idade de 2 anos já é um consumidor ativo de livros de estórias. Seu pai lê, para ele quase todos os dias, mas Santiago pensa, como todas as crianças que tentam compreender esta situação específica de falar, que quando lê, alguém lê as figuras. Todavia, ele também consegue fazer uma distinção entre o texto e a figura, chamando o texto de “o que está escrito”. Ao apontar para o texto em um livro de estórias, ele diz – em sua fala de bebê – “está escrito isto”.” (p.p 23 e 24)
“Quando ele tem 2 anos e 3 meses, continua a pensar que, ao ler, alguém lê as figuras, mas começa a interpretar rótulos comerciais. Apontando para o rótulo da frente de uma garrafa de Pepsi-Cola, ele fala: “Aqui diz Pepsi-Cola”.” (p.24)
“Dois meses depois, Santiago afirma