ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA: O QUE É? POR QUÊ? COMO?
Michele dos Santos Melo Fernandes
O texto sobre a alfabetização científica traz em um primeiro momento uma retrospectiva do ensino de ciências no começo da década de 1990, evidenciando que o ensino era centrado na necessidade de que os alunos adquirissem conhecimentos científicos através de um ensino massante e de um professor conteudista e transmissor de conhecimentos prontos indiscutíveis. Neste sentido os alunos eram vistos como depósito de conhecimentos, dos quais meramente decorava. Todavia a partir das idéias do educador Paulo Freire emergiu novas propostas na educação, buscando-se assim um ensino pautado nos aspectos sociais e pessoais dos estudantes. Entretanto no caso específico do ensino de ciências o autor relata que ainda existem professores resistentes a esta nova proposta. Deste modo o autor enfatiza a polêmica sobre a formação dos professores de ciência quanto à procura por uma ciência da escola como não sendo de produção e responsabilidade somente da escola, mas de uma reelaboração de saberes de uma variedade de contextos sociais e culmina na escolarização, outro, porém seria a ciência da universidade, ou seja, o saber acadêmico universalizado que é repassado de maneira vertical. Desta forma o autor inicia sua fala a respeito da necessidade de uma alfabetização científica, que considere a ciência como uma linguagem, construída pelos seres humanos que em grande medida pode ser considerada uma facilitadora da leitura do mundo natural. A partir disso podemos considerar um alfabetizado cientificamente “[...] aquele que sabe fazer ler a linguagem em que está escrita a natureza.” (p. 29), portanto o analfabeto científico seria aquele que não consegue realizar uma leitura de universo. A partir disso o texto evidência que a alfabetização científica nos dias atuais está em ascensão na didática das ciências privilegiando os conhecimentos cotidianos da ciência, se contrapondo a ensinamentos distorcidos