Alem da chuva - resenha
“Uma lógica [...] subverte a contigüidade de enredo, fazendo a trama retroceder e (re)circular. O que era unidade e coesão explode em pluralidade: não mais uma, mas múltiplas linhas de tempo, não mais uma trama central com focos secundários, mas anarquia de policentros. Em vez de personagem principal e coadjuvantes, concorrência e barulho de vozes. Troca de subjetividades descaracterizando indivíduos, descentramento possibilitando múltiplas entradas e múltiplas saídas: início e final, centro e sujeito destituídos de fixidez.”1
No roteiro se apresentam algumas metáforas que reforçam a ideia de circularidade: o ciclo da chuva, da plantação, da guerra, da vida e morte e a narrativa - que nunca termina. O filme é tomado pela simbologia dos triângulos: três amores, três idiomas principais (macedônio, albanês e inglês), três países, três posições étnico-religiosas (mulçumanos, cristãos-ortodoxos e um ateu).
____________________________________________________________________________
1 WANDELLI, Raquel. Durante as guerras, depois da história, antes da chuva.
"O círculo não é redondo". Da oposição entre