Ajudar não é uma obrigação
UMA OBRIGAÇÃO.
Hoje o Luís, depois de jantar, começou a escrever uma longa lista. A mãe intrigada com o seu silêncio, perguntou-lhe:
O que estás a escrever?
O Luís respondeu, muito sério:
Estou a fazer a minha fatura da semana.
A tua fatura da semana? Como assim?
Disse a mãe muito admirada.
O Luís levanta-se dá-lhe o papel e diz:
Toma mamã. Se quiseres, podemos negociar alguns preços.
A mãe do Luís lê, atónita, uma lista que apresenta:
Regar as plantas da varanda
3
Pôr a mesa todos os dias
12
Ajudar a minha irmã com os trabalhos de casa
10
Ir comprar o pão no fim de semana
3
Arrumar o meu quarto
4
Fazer os trabalhos de casa e tirar boas notas
20
Total
52 €
Sem dizer uma palavra, a mãe do Luís pega no papel, vira-o e escreve, em silêncio:
Carregar-te 9 meses no ventre
NADA
Dar-te de mamar durante 6 meses
NADA
Amar-te com todo o teu coração
NADA
Cuidar de ti quando estás doentinho
NADA
Levar-te e ir buscar-te todos os dias ao colégio
NADA
Preocupar-me contigo e com o teu futuro.
NADA
Abraçar-te quando choras
NADA
Total
NADA
Ao ler a lista da mãe, o Luís compreende que nem tudo o que fazemos pelos
outros tem preço.
Olha a mãe nos olhos e, dizendo-lhe “Adoro-te”, escreve no mesmo papel:
“Dívida anulada”.
Repara que, muitas vezes, quando
alguém faz algo por nós, sentimo-nos como se estivéssemos em dívida para com essa pessoa; ou o contrário, quando fazemos algo pelos outros, estamos a fazê-los sentiremse em dúvida para connosco.