Ai que saudades da amélia

AÍ QUE SAUDADES DA AMÉLIA

MIREILI APARECIDA TOMAZOLLI DE OLIVEIRA

O presente trabalho busca refletir o papel da mulher brasileira, representada na canção “Ai, que saudades da Amélia” (1942), de Mário Lago e Ataulfo Alves, e a mulher de hoje.
Por volta dos anos de 40, a mulher era conhecida como a mulher do lar, submissa ao marido, mãe super protetora, que cuidava dos afazeres do lar, de funcionários e ainda da alimentação, corte e costura, confeiteira, começava a deixar de lado o lado Amélia, já que esta reprimia suas falas e desejos, nem o desejo sexual poderia expressar para o marido. Era o esposo quem comprava suas roupas, enfeites, decoração da casa, gostando ela ou não. Era o marido o centro de tudo, a mulher um simples ser reprodutor, mãezona, que nem ao menos participava da vida em sociedade, se não fosse ao lado do marido, sempre submissa a ele. Nem da política participava, não elegia, não recebia educação escolar, a não ser a educação doméstica.
Nos anos começou a engatinhar rumo à transformação pessoal, educacional e profissional. A mulher que antes levava o nome de dona de casa começou a se transformar, passo a passo no que somos hoje.
A mulher ao nascer já vinha gravado em sua mente que tinha vindo ao mundo para servir à um homem e que este seria praticamente seu dono.
A mulher começou a ganhar vida própria, fazendo de sua vida o que tinha vontade, já não correspondia aquele padrão de mulher submissa. Apartir daí o homem começou a perceber que aquela mulher já não existia mais, estava com saudades dos antigos atos femininos. Um grande vazio começou a fazer parte dos lares brasileiros, os maridos já não eram ouvidos e obedecidos totalmente, a mulher começou a trabalhar fora de casa, para ajudar nas despesas domésticas, a estudar, a serem donas de seus desejos.
Já surgiam aí os primeiros desquites entre casais, por não quererem ser submissas as ordem dos maridos.
A Amélia do passado de gata borralheira e mulheres sociáveis, guerreiras, com um