A imagem da mulher na letra da música Ai! Que saudades da Amélia
AI! QUE SAUDADES DA AMÉLIA
Marisa Beilke Jung
Desde a infância os indivíduos são educados de forma a assumir os papéis sociais culturalmente condizentes a cada sexo, através dos brinquedos, das vestimentas, dos comportamentos, etc, que podem sofrer variações de acordo com a cultura, com o tempo e com o período histórico no qual o individuo está inserido. É através da educação familiar e social que aprendemos a diferenciar as coisas pertinentes aos meninos e as meninas.
Portanto, já no contexto infantil, inserem-se as questões de gênero, compreendidas diferentemente do sexo biológico do individuo, pois estão diretamente relacionadas às relações e papéis sociais que cada individuo, de acordo com seu sexo biológico, desempenha na sociedade. Então, a questão de gênero é fruto de um processo de construção cultural como resultado da vida em sociedade. Este conceito de gênero pode variar de acordo com os comportamentos e a construção de uma identidade social vivenciados pelos individuos.
Assim, também, os homens e mulheres, no decorrer da história da humanidade, desempenharam papéis sociais distintos no interior das sociedades. Estes papéis sociais podem variar de acordo com o credo religioso, a classe social, o sexo biológico, etc.
Neste contexto, onde as diferenças com relação ao sexo biológico dos indivíduos eram muito valorizadas, tem origem a sociedade patriarcalista, ou, em outras palavras, machista, fundada no poder do homem, no chefe da família, onde o homem reina soberano, dono e senhor de todas as coisas. Nesta cultura, o papel da mulher estava diretamente relacionado à sua função reprodutora. Sendo assim, a sexualidade feminina estava diretamente relacionada ao interesse masculino, como uma forma de perpetuar sua linhagem pela descendência.
Na cultura ocidental, na tradição judaico-cristã, por exemplo, a figura da mulher esteve, historicamente, associada a ideia de pecado, à corrupção do homem e a ideia de