A representação da mulher por meio da música brasileira
A Representação da Mulher por meio da Música Brasileira
A mús4ica tem o objetivo informar, expressar, instruir e até mesmo educar. Por meio da música o autor também representa o que vive, vê ou almeja. Este mecanismo de comunicação chamado música a cada dia torna-se parte da rotina e dos costumes humanos, afinal, quando sozinhos ou em grupo, nós procuramos na música uma forma de representar nossos momentos e recordações, bem como dividir nossas emoções.
Tendo conhecimento de algumas das funções que a música possui, podemos adicionar a função histórica que utiliza a mulher como ícone representante de época e estereótipo. No Brasil, país da grande diversidade cultural e musical, a mulher por diversas vezes foi retratada como submissa, rebaixada, de acordo com a classe, nível social e pelos grupos aos quais integra.
“Ai, Que Saudades da Amélia” foi escrita durante a Era Vargas, a opinião de Vargas não era comum as estrofes musicais, uma vez que ele não via com bons olhos os sambas que enalteciam a figura do malandro - o homenageado deveria ser sempre o trabalhador, o "chefe de família" e, claro, a mulher "do lar". (Livro GETÚLIO VARGAS, Severiano, 2008)
O pesquisador e jornalista Jairo Severian/o, autor do livro Getúlio Vargas e a Música Popular, afirma que “Ai, Que Saudades da Amélia” não deve ter sido uma encomenda de Vargas a Ataulfo (autor), mas diz que há fortes evidências de que a música foi gravada para agradar Getúlio. Ataulfo Alves Júnior, filho de Ataulfo, discorda e diz que há muitas lendas em torno da composição, algumas sem pé nem cabeça. Ele também não acha a canção do pai machista: "É um samba feito em homenagem a dona Amélia dos Santos, lavadeira de Aracy de Almeida. Ela era uma mulher que fazia tudo: passava roupa, limpava a casa, dava banho no cachorro. Meu pai e Mario Lago decidiram enaltecê-la. E ponto final. Não tem nada a ver com Getúlio, com submissão da mulher...".