princesas
3.1 - Princesas
Quando se fala em Princesas Disney, uma série de discussões sobre o assunto é facilmente encontrada em livros, documentários e internet. Análises sobre a influência dos padrões femininos nas crianças que assistem os desenhos, negativa ou não, sobre a visão romântica e utópica de felicidade e bem estar, ou mesmo o capitalismo gritante inserido nas mercadorias comercializadas a partir dos personagens.
Desde Branca de Neve, lançada em 1937, até a mais recente princesa, Mérida, do longa metragem Valente de 2012, são onze mulheres que fazem parte da Disney Princesas que, hoje, já não é apenas um grupo de filmes lançados em épocas diferentes, mas sim uma franquia que pertence a Walt Disney Company e que gera uma grande movimentação, seja financeira ou sociocultural.
Nesse trabalho, analisaremos a forma como a mulher é retratada a cada novo lançamento, em cada uma das princesas. É quase um século de criações, mesmo que com alguns intervalos significativos entre uma e outra. As alterações na personalidade das personagens são claras e cada uma possui uma série de características inerentes ao momento histórico-social em que surgiram.
Uma pesquisa feita pelo Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP analisou a influência dos personagens de contos de fada como referencial de feminilidade. A amostra incluiu aproximadamente 200 crianças de cinco anos de escolas públicas e particulares do interior de São Paulo.
Os referenciais teóricos para essa pesquisa partiram das teorias de gênero que afirmam que o masculino e o feminino não são definidos biologicamente, mas sim culturalmente, variando de um contexto para outro. Nesse sentido, a antropóloga Michele Escoura, coordenadora da pesquisa, ressalta que um dos principais pontos evidenciados pela marca Disney Princesas é o sucesso no amor conjugal, exclusivamente dependente de um homem. Ela afirma que um único referencial do que é ser mulher