Ai que saudades da Amélia
Desde o início dos tempos, foram os homens que escreveram as histórias, sempre com um olhar voltado para as realizações da vida de homens nobres, importantes, cujo reino havia conquistado algo. Assim, as histórias eram escritas tomando por base os papéis oficiais e, com isso, mantinha-se a diferença entre homens e mulheres, já que a história relatada mostra fatos realizados por determinados tipos de homens. “Registra e valoriza a organização de determinados papéis sociais no decorrer dos tempos, no caso o de homens brancos e ricos” (FUJIKAWA; SENA; SEGA, 2009, p. 180). Para analisar a música, ou mesmo outro texto, tem-se que levar em conta o momento histórico em que estão inseridos os seus autores, ou seja, o contexto em que este texto foi escrito, as condições sócio-políticas e a ideologia. Observando a música Ai que Saudades da Amélia verifica-se que foi composta por homens, em 1942 por Ataulfo Alves em parceria com Mario Lago. Portanto, a canção foi escrita tomando por base a opinião e o conceito de homens. Nesta época, iniciavam-se os movimentos feministas para mudarem os conceitos em relação à mulher, vista e educada para serem donas de casas e mães, que deveriam ser sustentadas pelos seus maridos, sem reclamar do que lhes eram oferecido, portanto, mulheres submissas que aceitavam o que lhes eram imposto. Pela composição da música, pode-se imaginar um homem que se casou duas vezes e que relata a diferença entre as duas mulheres, por meio do seu ponto de vista. Têm-se dois tipos de mulheres, uma que faz exigências, que, segundo a versão dos homens, não tem consciência da condição em que vivem, ou seja, por serem pobres, não possuem condições de ter luxo e nem riqueza, que não se conforma com isso e sempre quer as coisas que vê. Seria a mulher que mudou a sua forma de ver as coisas, não aceitando tudo o que era imposto pelo, vamos dizer, marido, que não se conformava com o que tinha. Portanto, crítica este