Agrupamentos de gêneros

Os Agrupamentos de gêneros e a Proposta Curricular do Estado de São Paulo

Para Dolz e Schneuwly, os agrupamentos de gênero precisam apresentar como principais critérios: correspondência às grandes finalidades sociais legadas ao ensino, respondendo às necessidades de linguagem em expressão escrita e oral, em domínios essenciais da comunicação em nossa sociedade; retomem, de modo flexível, certas distinções tipológicas que já figuram em numerosos manuais e guias curriculares; sejam relativamente homogêneos quanto à capacidades de linguagem dominantes implicadas na mestria dos gêneros agrupados. Ainda, segundo Dolz e Schneuwly, no currículo, todos os agrupamentos devem ser trabalhados, de maneira cada vez mais complexa, em todos os anos da escolaridade (progressão em espiral).

“Trata-se de construir, com os alunos, em todos os graus de escolaridade, instrumentos, visando o desenvolvimento das capacidades necessárias para dominar os gêneros agrupados. A hipótese de trabalho subjacente é a de que há uma afinidade suficientemente grande entre os gêneros agrupados, para que transferências se operem facilmente de um para outro, hipótese fundada sobre a idéia de uma dominância no que concerne às capacidades psicológicas implicadas em cada agrupamento.” (DOLZ e SCHNEUWLY. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita – elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (Francófona), p. 62)

Os autores preconizam que cada agrupamento seja trabalhado em todos os níveis de escolaridade, pois oferece aos alunos diferentes vias de acesso à escrita; oferece a possibilidade de definirmos especificidades de funcionamento dos diferentes gêneros e tipos, para um trabalho de comparação de textos; apresenta, psicologicamente, numerosas operações de linguagem; e apresenta as diversas finalidades sociais do ensino da expressão ( linguagem como instrumento de aprendizagem ou como ação a serviço da reflexão sobre a relação do homem com o mundo e consigo