AGOSTO
Agosto é um romance que funde ficção e história real, tendo-se transformado também numa bem sucedida minissérie de televisão. Apresenta uma trama bem urdida, que prende o leitor do princípio ao fim, e constitui “uma das melhores obras de nosso tempo” e “o melhor livro de Rubem Fonseca”, como reconhece o jornalista e escritor Fernando Morais.
Os primeiros fatos da obra Agosto são reais (crime da Rua Toneleros e o suicídio de Vargas). Contudo, o principal personagem, o Comissário Mattos, é fictício. O Comissário, na verdade, é o "alter ego" do autor Rubem Braga.
O romance apresenta vários crimes que acontecem ao mesmo tempo e cujo clímax fica por conta do suicídio de Getúlio Vargas, que interfere muito na vida do comissário Mattos. Mattos é uma dessas personagens que tem no individualismo a marca de sua condição existencial. Podemos sugerir aqui a presença do próprio autor – executivo da empresa Light durante a década de 60, homem de ação e ativista político –, que participou ativamente do movimento que culminou no golpe de 64, mostrando, tal qual a personagem Mattos, sua crença em certos valores capitalistas como o individualismo que se realiza através da liberdade. O autor entra na história que mancha o país e, por isso, cria este "outro eu" para atingir seu objetivo. Visando dar conotação fictícia à história que envolveu fatos reais, Fonseca cria outros personagens, justamente para dar vida ao seu "alter ego" . É o caso de suas namoradas. A obra, além de tudo, reflete ganâncias e obsessão pelo poder. Apesar de complexa realidade que foi a década de 50, Agosto é uma obra objetiva e fácil compreensão.
Com este livro, o autor fornece uma análise imparcial dos conflitos políticos e sociais do contexto histórico em que a obra está inserida (1950-1954) e acaba despontando como um dos mais importantes romancistas contemporâneos. Um dos pontos característicos dessa obra é o intenso paralelismo entre os fatos reais e a ficção que, somados a uma