Agosto
"Agosto"
Agosto usa a crise que culminou com o suicídio de Getúlio Vargas para desenvolver uma narrativa com várias características marcantes da obra de Rubem Fonseca:a violência, o sexo, o crime investigado por um policial incorruptível.
Tudo começa com o atentado ao jornalista Carlos Lacerda, maior homem de oposição ao governo de Getúlio Vargas. Lacerda sai ferido e o Major Vaz, da Aeronáutica, morre. Surgem críticas de todos os lados a Getúlio, acusado do atentado.
Ao mesmo tempo, outro crime acontece: o assassinato do milionário Paulo Gomes Aguiar em seu luxuoso apartamento duplex na Zona Sul do Rio de Janeiro. O crime é investigado pelo Comissário Mattos, um policial honesto envolvido com duas namoradas, Salete e Alice. Esta última era casada com um homem cuja amante era a viúva do milionário assassinado. As únicas pistas do crime são um anel e alguns pelos de um negro no sabonete que estava no banheiro.
A investigação paralela feita pela Aeronática chega ao mandante do atentado a Lacerda: é Gregório Fortunato, o Anjo Negro, chefe da segurança de Getúlio. Ao mesmo tempo que isso aumenta as pressões sobre Getúlio, leva o Comissário Mattos a suspeitar que Gregório também está envolvido no assassinato de Paulo Gomes Aguiar. Contudo, a investigação acaba descobrindo que o anel achado no local do crime não era do Anjo Negro.
O Comissário então passa a suspeitar de Pedro Lomagno, o marido de sua namorada Alice. Em uma conversa com ela, Mattos descobre que Lomagno tinha um amigo negro, Chicão, automaticamente suspeito de ter sido o executor do crime.
Enquanto isso, a situação de Vargas se complica cada vez mais. Ele convoca uma reunião com seu ministério que se extende até a madrugada, com cada um dos ministros fazendo a sua análise da situação política do país. Ao final, desanimado e sentindo-se isolado, Vargas sobe para a ala presidencial do Palácio do Catete e se mata. No bilhete suicida, a famosa frase: "saio