Adoção
Inspiração e revelação
Quando falamos de inspiração, não se trata de inspiração poética, mas de autoridade divina. Inspiração é o processo pelo qual Deus transmite sua mensagem autorizada ao homem.
Paulo escreveu: “Toda a Escritura é inspirada por Deus”, 2Tm 3.16. Em outras palavras, o texto do Antigo Testamento foi “soprado por Deus” (gr. Theopneustos) e, portanto, dotado de autoridade divina para a vida do crente. Quaisquer palavras ensinadas pelo Espírito Santo são palavras divinamente inspiradas (1Co 2.13).
A segunda grande passagem do Novo Testamento a respeito da inspiração da Bíblia está em 2Pe 1.21: “homens falaram de parte de Deus, impelidos [gr. phromenoi] pelo Espírito Santo.” Inspiração é a forma pela qual Deus falou aos homens mediante os profetas. Compare com 1Pe 1.11.
Embora escrevessem sobre a inspiração das Escrituras, tanto Pedro quanto Paulo não explicam como o agente divino e o humano interagiram. Esse é o trabalho do teólogo, entender como isso aconteceu, uma vez que essa ciência busca a compreensão. Essa busca tem impacto sobre a nossa forma de fazer exegese e teologia.
Definição teológica de inspiração
Na única vez que o Novo Testamento usa a palavra inspiração, ela se aplica aos escritos, não aos escritores. Contudo, visto que o Espírito Santo tomou posse dos homens que produziram os escritos inspirados, podemos, por extensão, referir-nos à inspiração em sentido mais amplo. Esse processo contém três elementos essências:
Causalidade divina. Deus é a fonte principal e a causa primeira da verdade bíblica. O elemento divino estimulou o elemento humano.
Mediação profética. Deus usou personalidades humanas para comunicar proposições divinas. Os escritores não eram meras penas nas mãos do Autor divino.
Autoridade escrita. A Bíblia é a última palavra me questões doutrinárias e éticas.
Em resumo, a definição adequada de inspiração precisa levar em conta três fatores fundamentais: Deus, o causador original, os homens de Deus,