Adolescência e movimentos de contra-cultura
Contracultura.
s.f. Uma cultura com valores e costumes colidentes com os da sociedade estabelecida.
Essa é a definição encontrada no dicionário online do Aurélio, um dos mais importantes do gênero em Língua Portuguesa. Ela demonstra a visão geral que se tem dos movimentos de Contracultura: colidentes, rebeldes, aquilo que não segue o que é o considerado o normal dentro de uma sociedade. Mas até que ponto as os movimentos de contracultura são de fato uma forma de rebeldia e até que ponto é, em sua realidade, uma busca desenfreada por identificação em um período de dúvidas e mudanças? E até que ponto os educadores fazem desdém com esses movimentos, afirmando de forma superior e limitadora: “é coisa de adolescente”?
A ideia da adolescência foi uma construção histórica e não natural. Antes, após um período onde a infância era vista com poucas (ou quase nenhuma) particularidades. Entretanto, com as revoluções industriais e a sofisticação do trabalho, passando exigir um tempo de preparação para o adolescente, em escolas onde os jovens eram reunidos, consequentemente, um tempo onde os adolescentes eram afastados dos pais e postos em contato com os seus iguais. Nesse momento, a sociedade viu surgir um novo grupo social com um padrão de comportamento coletivo que os taxou como rebeldes, em processo do desenvolvimento do corpo, buscadores de identidade e milhares de pequenas outras coisas que definem e generalizam o adolescente como uma massa única, uma visão ainda muito presente em diversos psicólogos e profissionais (Bock, 2000).
Afinal, o que é adolescente e o ser adolescente? Esse vem sendo o questionamento presente desde o primeiro dia de aula na disciplina de Desenvolvimento II, que abarca esse período sem começo nem fim, apenas presente em nossas vidas quando terceiros nos dizem “Você é um adolescente”. Uma fase que perdemos o amor incondicional de nossos pais, assim como perdemos nossas formas delicadas e de aparente