ADOLESCENTES COMO AUTORES DE SI PRÓPRIOS - COTIDIANO, EDUCAÇÃO E O HIP HOP
VIVIANE MELO DE MENDONÇA MAGRO*
RESUMO: Este artigo pretende discorrer sobre o cotidiano de adolescentes urbanos, mais especificamente as culturas juvenis, com o objetivo de apreender outros significados de ser adolescente no contexto contemporâneo e suas implicações em processos educativos. Diante da diversidade de culturas juvenis existentes atualmente, ressaltamos o movimento hip hop. Os adolescentes participantes desse movimento são descritos como protagonistas de seu próprio processo educativo, no qual deixam de ser meros atores e agentes de um modelo social e se tornam "autores de si próprios"; ou seja, no hip hop eles resgatam a educação como uma formação de "autores-cidadãos". Portanto, a visibilidade de outros modos de ser adolescente, que estão presentes no contexto de educação não-formal e informal das culturas juvenis, pode contribuir para uma compreensão da adolescência urbana que reconhece o adolescente como um sujeito capaz de formular questões relevantes e ações significativas no campo social.
Palavras-chave: Adolescência. Culturas juvenis. Cotidiano. Hip Hop. Educação.
De repente, somos tomados de perplexidade diante de uma questão aparentemente simples: "que é o adolescente?".
Poderia ser uma questão até fácil de responder se não fosse formulada por um garoto de 14 anos, sentado distraidamente em um banco de lanchonete. Ainda seria uma questão fácil de responder se esta não tivesse sido feita imediatamente após dois adultos (educadores) terem lhe perguntado como ele se sentia enquanto um adolescente no mundo atual. Até poderiam dizer algo para o garoto se ele não tivesse se levantado, olhado com desdém para os dois, sorrido ironicamente e ido para outro lado da lanchonete onde estava um grupo de amigos que acabara de chegar.
Ele apenas formulara uma questão retórica e desinteressada. No entanto, nós (adultos e educadores) apenas nos entreolhamos e