Análise do "caso Malala" segundo Vygotsky

Apoiando-se na teoria de Vygotsky, nota-se aqui que a adolescência é tida como um fenômeno histórico-cultural, no qual o contexto social é fonte de desenvolvimento do sujeito. Dessa maneira, Vygotsky afirma que é a partir dos valores, crenças e preocupações que o homem é constituído pelo meio no qual ele está inserido. Assim, no caso descrito no texto, é possível perceber que o contexto cultural exerceu influência sobre o pensamento e a construção social desse grupo de adolescentes a respeito de Malala.
É importante ressaltar que o meio, para Vygotsky, não determina o desenvolvimento do homem, mas contribui para a formação de suas ideias, pensamentos e é onde estes se desenvolvem. O sujeito, com seus significados e sentidos é quem faz a apropriação do social, ou seja, esse grupo de alunas adolescentes estavam, de certa maneira, se apropriando do meio social, mas não necessariamente foi este meio que determinou o modo como elas pensavam sobre determinado assunto. Assim, a importância do meio se dá como relativa, e não determinante, como prova o caso em questão.
No texto, é notória a ideia de Vygotsky de que o contexto social passa a ser visto e significado de uma outra forma, quando o adolescente adquire a “maturidade” de conceitos e ideias, ou seja, quando este desenvolve uma consciência “diferente” de quando criança sobre o mundo ao seu redor. Isso implica, dentre outras coisas, em uma visão mais ampla e crítica sobre os diferentes aspectos da sociedade, um maior conhecimento por parte do adolescente sobre aspectos que antes eram explicados de maneira menos complexa e mais concreta. O fato de esse grupo de meninas adolescentes irem contra uma ideia supostamente tida por todos no meio social onde vivem demonstra uma maneira mais complexa de pensar sobre o caso Malala, exemplificando essa ideia de Vygotsky.
Além disso, o adolescente tem uma necessidade de estar em um grupo, se empenhando para corresponder às expectativas e às características desse grupo, o que