Adaptações fisiológicas da creatina
O processo de treinamento intensificado levando à supercompensação e estresse relacionado, quando visto como contínuo, sugere que o estresse aumentado, ou supracarga, pode resultar no rompimento da homeostase e redução temporária da função muscular.
A figura 1 enfatiza o fato que o programa de treinamento com sucesso precisa envolver não somente ampla sobrecarga (região entre as linhas pontilhadas), mas também precisa evitar a desastrosa combinação da sobrecarga excessiva com a recuperação, que resulta na instalação do estado de supratreinamento (overtraining-OT). O supratreinamento excede o supra-alcance (overreaching-OR) e resulta em desadaptação fisiológica e redução crônica no rendimento físico(9).
O supra-alcance pode ser visto como tentativa deliberada de induzir o desempenho máximo ou como desfecho não planejado e indesejável de treinamento extenuante. Há OR quando o platô, ou decréscimo do desempenho, é revertido em poucos dias ou semanas, e é seguido de desempenho superior ou precedido pelo treinamento(9).
Os desfechos do treinamento destacam dois fatos adicionais na figura 1: i) que níveis de treinamento podem resultar em desfechos similares dependendo da natureza do treinamento e da mistura do estresse do exercício com a recuperação e regeneração e ii) atletas no pico de OR estão também no limiar do OT (ver linha pontilhada à direita). De fato, o limite entre o desempenho ótimo e o desempenho comprometido (pelo OT) é sutil(9).
O supratreinamento procede do desbalanceamento entre treinamento e recuperação, exercício e capacidade de exercício, estresse e tolerância ao estresse, com o treinamento excedendo recuperação, o exercício excedendo a capacidade do atleta e os estressores ultrapassando a tolerância ao estresse.
No modelo de OT contínuo (Figura 1), uma vez atingido o estado de OR, um ou dois desfechos podem ocorrer. Primeiro, o atleta/técnico/pesquisador reconhece sintomas associados ao OR e