acumulação de capitais
E SISTEMAS DE TRANSPORTES TERRESTRES NO BRASIL
Introdução
O desenvolvimento da infraestrutura implantada em toda a história dos transportes no Brasil esteve e está relacionado às estratégias dos grupos sociais e políticos hegemônicos localizados nos principais espaços econômicos do país, que a implantam e dela se utilizam. Logo, a infraestrutura bem pouco atende ao propósito de integração dos diversos espaços nacionais, pois, ao se criar uma linha de comércio, o grupo dominante busca adaptar “seu” espaço econômico à lógica de circulação de suas mercadorias. Como a criação e o uso do espaço econômico não são estáticos, estes estarão sujeitos a contínuas transformações, segundo cada estágio de acumulação e da reprodução de capitais. A hipótese é que tanto as ferrovias quanto as rodovias foram readaptadas pela ação estatal, que nelas investiram vultosos recursos públicos, para tornarem-nas cada vez mais aptas para atenderem de modo complementar ao processo de acumulação em cada uma dessas localidades. Uma marcante característica que se observa na construção da infraestrutura logística brasileira é que ela tem se ajustado, historicamente, às exigências de reprodução do capital em âmbito internacional. Em função da maneira como foram montadas as estruturas econômicas e de poder em âmbito nacional se instituíram verdadeiros “arquipélagos” de progresso, em detrimento de outras áreas; ferrovias, portos, estradas de rodagem e outras infraestruturas passaram a atender à demanda de circulação de mercadorias e beneficiar, sobretudo, aos seletos grupos que conseguiram implantar esse ou aquele modal de seu interesse como se fossem sempre relevantes para o conjunto do país. Essas diversas localidades produtivas, às vezes isoladas umas das outras, apresentam distinções entre si pelas diferentes maneiras como foram integrando-se tanto ao espaço econômico nacional quanto ao internacional. O que há em comum entre esses diferentes espaços