acordo sykes picot
Samuel Feldberg
O petróleo, “ouro negro” de nossa civilização, tornou-se desde o início da Primeira Guerra Mundial um elemento imprescindível. Sem ele, os britânicos, por exemplo, não poderiam utilizar a esquadra que movimentava as tropas do império, nem os tanques, que, ao longo da guerra, se transformaram nas armas cruciais para a vitória na Europa. No último ano do conflito, o petróleo permitiria também a ampla utilização da força aérea.
Apesar da extensão do Império Britânico, o petróleo teria de ser conseguido na longínqua e de difícil acesso Mesopotâmia, parte do Império
Otomano aliado do inimigo alemão. O esforço para obtê-lo na região revelou as fragilidades das tropas britânicas uma vez abandonada a segurança dos navios que as transportavam. Além disso, os britânicos não eram os únicos a cobiçar o petróleo do Oriente Médio – tinham de disputá-lo inclusive com os aliados franceses.
O controle da região era também um elemento de discórdia entre
Grã-Bretanha e Rússia já que ambos viam a Pérsia como peça-chave de sua disputa na Ásia Central. Os britânicos desejavam garantir a continuidade de seu controle sobre a Índia, os russos, o acesso ao oceano Índico e ao Golfo Pérsico.
Nessa época, o petróleo já vinha sendo explorado no sudeste da Ásia, nos Estados Unidos e na região de Baku, na Rússia, mas o do Oriente
Médio era o mais cobiçado. A expansão da exploração do petróleo encontrado na Pérsia, no Iraque e mais tarde na Arábia Saudita, aumentaria sensivelmente a importância estratégica da região, não somente onde o petróleo era extraído,
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mas também nas rotas traçadas pelos oleodutos necessários para levar o produto das margens do Golfo Pérsico até a costa do Mediterrâneo, de onde seguia por mar até os centros consumidores na Europa.
Os territórios do Império Otomano haviam se tornado, desde o início do século XX, foco das