Acidentes do trabalho
Indicadores Epidemiológicos
Um dos importantes usos da epidemiologia é fornecer elementos para nortear o estabelecimento de prioridades em termos de prevenção. Em relação aos acidentes de trabalho, essa disciplina é capaz de:
• Descrever, segundo os parâmetros clássicos de pessoa, local e tempo, a ocorrência dos acidentes do trabalho;
• Estimar os riscos de acidentar-se, de ficar inválido, e de morrer, segundo ramo de atividade econômica, ocupação, região geográfica e outros parâmetros;
• Avaliar a evolução da ocorrência dos acidentes comparando-as com variações na atividade econômica, introdução de novas tecnologias e implementação de medidas de prevenção;
• Avaliar o impacto dos acidentes na vida dos acidentados em termos de saúde mental, desenvolvimento de doenças psicossomáticas, hipertensão arterial e outras.
Os métodos epidemiológicos analíticos podem contribuir para desvendar o papel de fatores que tem impacto na acidentalidade (econômicos, tecnológicos, preventivos etc) e, igualmente, para a avaliação do efeito do acidente na vida das vitimas, comparativamente aos trabalhadores que não se acidentaram, seja em termos de sobrevida (estudos de sobrevivência), seja em termos de morbidade (estudos de caso-controle e de coorte).
Os indicadores epidemiológicos constituem instrumento valioso para acompanhamento da evolução da ocorrência dos acidentes de trabalho.
Incidência e taxa de freqüência são indicadores utilizados para medir a ocorrência dos acidentes do trabalho. Aliados a um terceiro indicador, a taxa de gravidade, constituem importantes ferramentas para a definição de prioridades.
A incidência é a razão entre o número de casos de acidentes do trabalho (numerador da fração) e a população exposta ao risco de vir a acidentar-se (denominador da fração) em determinado local (país, região, cidade, ramo de atividade etc.) e em determinado intervalo de tempo. Para evitar trabalhar com cifras muito pequenas, o