Academiques
Os autores iniciam sua abordagem fazendo referência a um estudo do professor Daniel Oppenheimer, da Universidade de Princeton, em Nova Jersey (EUA), psicólogo que estuda as relações entre raciocínio e pressa na tomada de decisões. Oppenheimer fez pós-graduandos americanos passarem por algumas experi ências onde constatou que há relação inversa entre a complexidade linguística de um texto acadêmico e a inteligência que ele assinala. Aqui, é entendido que a prolixidade da linguagem pode traduzir não apenas a falta de intimidade do leitor com a sua língua, mas também como certa desonestidade intelectual que tenta se ocultar sob o artifício do rebuscamento da escrita.
Contudo seu texto, surpreendentemente, incorria nos defeitos por ele próprio denunciados. Era solene, esnobe e portador de várias outras deficiências dentre aquelas por ele referidas. Daí que o texto tenha sido laureado pelo IgNobel, em 2006, uma láurea decorrente de uma paródia do famoso Prêmio Nobel.
Nesse contexto cita-se o professor Gilson Volpato, autor, com mais cinco colegas, de um dicionário crítico dissertando sobre conceitos básicos da redação científica. Com base nessas advertências, o desenrolar do texto tenta demonstrar como o crescimento vertiginoso da produção científica brasileira, na ultima década, deveria ter como consequência a obediência crescente a este tipo de recomendações. Nesse sentido, os autores referem análises efetuadas por diferentes especialistas, todos eles conscientes de que o volume de textos acadêmicos nem sempre está atento aos rigores, sem perda da clareza, a que a literatura científica deve obedecer. De certo modo, os autores revelam preocupação de como o aumento significativo dessa produção acadêmica pode implicar no risco da massificação com