Academico de direito
A Copa do Mundo de 2014 é nossa e já começou, ela coloca em jogo nada menos do que a capacidade de todo um país se organizar para tornar realidade as oportunidades que um evento dessa magnitude propicia não apenas ao esporte, mas à economia, à sociedade e ao futuro da nação. As cifras envolvidas na realização de uma Copa do Mundo impressionam e dão uma idéia da dimensão dos negócios que podem ser gerados e revertidos em lucro e desenvolvimento. Mais importante do que os estádios são todas as atividades complementares, como obras de infra-estrutura, preparo do capital humano e planejamento dos eventos a serem realizados em torno dos encontros esportivos. A mobilização deve ser bem direcionada e envolver governos, investidores privados e, obviamente, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), além de todos aqueles que, de alguma forma, participarão do evento. Se o propósito é construir um legado, é preciso pensar no uso das instalações após o evento. Os estádios hoje no Brasil são pouco utilizados e têm infra-estrutura e tecnologia defasadas. Os empreendimentos podem ter investimento e operação privados, garantindo um melhor aproveitamento dos projetos após a Copa. A Copa do Mundo de 2014 também entrará para a história como a primeira a estabelecer parâmetros ecológicos e sociais a serem cumpridos por governos e empresas privadas que participem de sua organização. É o que a FIFA chama de “green goal” (gol verde), criado para marcar a preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade na realização de grandes eventos. Entre as exigências “verdes” da FIFA, que deverão ser obrigatoriamente seguidas pelo Brasil, estão a criação de programas de reutilização, reciclagem e redução do lixo e a neutralização de todo o carbono produzido no evento.
A lição deixada pela maioria dos países que sediaram grandes eventos esportivos, como Copa do Mundo ou Olimpíada, mostra ao Brasil que quem começa antes e se planeja bem ganha mais. E é isso o que as cidades eleitas