Abuso de Força Policial nas Manifestações

Nas últimas semanas o mundo foi surpreendido com a saída para as ruas da população brasileira, impulsionada pela iniciativa de uma geração muitas vezes criticada por sua aparente falta de interesse quando o assunto é política nacional. Desde o último grande protesto no país, em 1992, que levou ao impeachment do então Presidente da República Fernando Collor de Mello, acompanhou-se pelos noticiários uma série de abusos e escândalos dentro do governo que deixaram grandes prejuízos para a população em diversos aspectos. Mesmo diante de tantos problemas os jovens, detentores de uma força crucial para o processo de mudança do país, se mantiveram inertes. Diante desse quadro inesperado, os representantes governamentais mostraram sua distância do povo, pelos quais deveria trabalhar representando seus interesses. Demonstraram a incapacidade de dialogar, de governar junto da população. Uma das maiores demonstrações dessa imperícia foram as constantes cenas e relatos de abuso de poder das forças policiais estaduais -a Polícia Militar específicamente. Um dos casos que mais evindenciou a violência policial foi o caso da repórter Giuliana Vallone, correspondente da Folha de S. Paulo nos prostestos, que foi atingida à queima roupa por uma bala de borracha disparada por um policial do CHOQUE gratuitamente enquanto ela exercia a sua função, quase levando-a ao quadro de cegueira permanente. Nas redes sociais os usuários a todo instante eram expostos e contribuiam compartilhando videos, fotografias e relatos por escrito de momentos em que a Polícia Militar utilizou de forma completamente equivocada, e muitas das vezes sem o menor motivo, seu aparato repressor. Policiais contavam com sprays de pimenta, bombas de gás lacrimogênio, balas de borracha, voz de prisão e um preparo emocional baseado no autoritarismo. Todo esse caos revela alguns pontos obscuros do atual sistema governamental brasileiro. Primeiro, um governo representativo que não está representando quem