absolutista
O texto analisado hoje é O Estado Absolutista na Europa Moderna, de Adhemar Marques. Nele o autor propõe o estudo do processo de “rompimento do isolamento das comunidades locais para marcos sócio geográficos maiores”, que são os Estados-nações, e algumas das questões que o acompanha, como a concepção dilatada que se tem acerca dos poderes do Estado Absoluto. Marques utiliza como instrumentos desse estudo os texto de Michel Morineau, Leon Pomer, Maquiavel, Thomas Hobbes, Bossuet, Perry Anderson, Poulantzas, Braudel. Pode-se dizer, sintetizando as ideias mais gerias do texto de Adhemar Marques, que, entende-se por Estado Absolutista, o poder centralizador surgido nos meados do século XVI. Quando o poder real, até então, reduzido a fidelidade pessoal do senhor feudal ao rei, passa agora a se fazer sentir por toda parte através de seus funcionários nomeados, reduzindo assim as fronteiras provinciais, combatendo e reduzindo o alcance dos poderes locais. Nesse processo de aparecimento do poder público e também da sociedade civil, verifica-se uma separação do Estado frente a sociedade, sua transformação em força autônoma (o surgimento da “Razão do Estado”), mas permanece ao mesmo tempo uma série de limitações deste poder e aparece a hostilidade social frente a ele. O mais interessante a se notar no texto de Marques, é a exposição das visões divergentes com relação à base social de sustentação do Estado Absolutista. Mais exatamente sua exposição das ideias de P. Anderson e Poulantzas. Para Perry Anderson o Estado Absolutista é um rearranjo da nobreza feudal para continuar no poder. Ele explica que, “a grande força estrutural” que conduziu a “reorganização completa do poder da classe feudal estava-lhe inevitavelmente escondida.” Dessa maneira teria o Estado Absolutista – apesar de permanecer um Estado Feudal – destruiu a base da exploração extra econômica, que