aborto
De acordo com a PNA (Pesquisa Nacional de Aborto), a interrupção da gravidez é prática tão comum no Brasil que, até completar 40 anos, mais de uma em cada cinco mulheres já fez aborto.
O estudo, que começou em 2010, foi realizado pela antropóloga Débora Diniz, professora do Departamento de Serviço Social da UnB (Universidade de Brasília) e do Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero, e pelo sociólogo Marcelo Medeiros, também da UnB e do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Para fazer o levantamento, eles entrevistaram 2.002 mulheres moradoras da região urbana do Brasil, alfabetizadas e com idades entre 18 e 39 anos.
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Além disso, a pesquisa revelou que as mulheres negras, com baixa escolaridade e pobres são mais vulneráveis ao aborto com risco no Brasil. Nesse grupo, a maioria tem até 19 anos e já possui filhos. Segundo Rebeca de Souza e Silva, do Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp, essa maior vulnerabilidade é reflexo da desigualdade social, que restringe o acesso à prevenção da gravidez e também ao aborto seguro.
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Mas, independentemente do nível social e racial, o estudo mostrou que a maioria das interrupções é feita no centro do período reprodutivo feminino, entre 18 e 29 anos, e que é prática comum entre mulheres de todas as classes, mas a prevalência aumenta com a idade, com o fato de a mulher viver na zona urbana, ter mais de um filho e não ser da raça branca.
Revelou, também, que a religiosidade das mulheres não interfere na hora de fazerem a escolha: 175 das entrevistadas que fizeram abortos são católicas, seguidas por 72 protestantes e evangélicas e, finalmente, por 49 mulheres de outras religiões ou sem religião.
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