Abordagens etnográficas
Essas abordagens exploram o que não é percebido aquilo que parece tão natural. Trivial e familiar, que não é examinado pelos alunos e professores, nem problematizado, as dimensões sociais, não intencionais e ocultas que permeiam as interações entre as pessoas. Ex: cultura escolar espaço social que tem seus próprios ritos, rotinas, formas de relacionamento, proibições e obrigações. É um novo currículo que trata de entender também aquelas práticas aparentemente sem sentido, mas frequentes nas salas de aula: professores que continuam a dar aula para classes apáticas e desatentas, alunos que não anotam e sequer têm caderno. Quais razões poderiam justificar a manutenção de tais práticas.
Para revelar o sentido, o pesquisador precisa estar atento ás pequenas ações aparentemente desinteressadas, aos gestos, atitudes, esquecimentos, ou expressões que aparecem e marcam as interações. OS registros etnográficos constituem interpretações, detalhadamente documentadas das práticas sociais observadas. Enquanto interpretações são subjetivas. O relato subjetivo de uma realidade concreta singular ganha universalidade concreta quando passa a fazer sentido para outros atores em outros cenários.
Um estudo realizado por Soares nos EUA evidenciou o preconceito de professores e dos alunos em relação a dialetos falados por crianças pertencentes a minorias culturais e o quanto essas atitudes repercutem na aprendizagem. Crianças ficam sem ação, calam-se, incapazes de encontrar as suas palavras. Na verdade foram silenciadas, ou, então, passam a ter uma atitude de resistência, rejeitando a escola que as rejeita. Há nas classes uma grande assimetria: o professor tem a palavra a maior parte do tempo. A fala do aluno é em geral controlada por perguntas que praticamente não deixam margem á sua liberdade de expressão. Até a disposição das carteiras na sala de aula diz se a escola é democrática ou não.
A ANÁLISE DA SALA DE AULA E O