Abordagem Familiar em Dependência Química
O impacto de determinada substância, a história do uso da droga entre as gerações, os papéis dos membros familiares e o uso da droga por um dos membros como indicador de que algo não vai bem dentro do sistema familiar passaram a receber atenção dos terapeutas familiares, favorecendo o desenvolvimento de novas alternativas para melhor se explorar o tema clinicamente. A exemplo disso, formulações mais psicológicas relacionam o cônjuge tanto como causa importante no surgimento, quanto como vítima
(juntamente com os filhos) do estresse originário do uso de drogas.
Formulações pautadas em contextos sociais examinam basicamente o funcionamento da família como um sistema em constantes movimentos e interação. Apesar de a instituição familiar ter uma história antiga, somente a partir da década de 1950 passou a constituir área de interesse da psicologia, contribuindo para o desenvolvimento da psicoterapia familiar como abordagem de tratamento de problemas.
Abordagens familiares são compreendidas como intervenções com a participação da família no processo de tratamento, destacando-se modalidades como a psicoterapia e a orientação familiar. No que se refere à dependência química, o pressuposto básico preconiza que as pessoas que usam drogas estão dentro de um contexto no qual seus valores, crenças, emoções e comportamentos influenciam os comportamentos dos membros da família.
O conceito de família pode ser definido levando-se em consideração as múltiplas funções reguladoras dos papéis familiares, contradições de comportamento, afetos, tensões, conflitos presentes no meio, que, ao mesmo tempo, contribuem para que o sistema permaneça vivo, superando uma visão estática da própria construção familiar. A família é um sistema dinâmico e em constante transformação, que cumpre sua função social transmitindo os valores e as tradições culturais.
O impacto que a família sofre com o uso de drogas