Abordagem construtivista-interacionista
O Professor João Batista Freire, em 1989, publica o livro “Educação de Corpo Inteiro” sendo esta a principal obra da abordagem Interacionista Construtivista, embasada principalmente em seus estudos sobre Jean Piaget. De acordo com Freire ‘’Corpo e mente devem ser entendidos como comportamento que integram um único organismo. Ambos devem ter assento na escola, não um (a mente) para aprender o outro (o corpo) para transportar, mas ambos para se emancipar”. A proposta construtivista-interacionista é uma opção metodológica em oposição à proposta mecanicista, caracterizada pela busca do desempenho máximo, de padrões de comportamento sem considerar as diferenças individuais, sem levar em conta as experiências vividas pelos alunos, com objetivo de selecionar os mais habilidosos para competições esportivas. Freire relata que não acredita na existência de padrões de movimento, mas sim na manifestação de esquemas motores, ou seja, de organizações de movimentos construídos pelos sujeitos, em cada situação, construções essas que dependem, tanto de recursos biológicos de cada pessoa, quanto das condições do meio ambiente em que ela vive. Dentro da perspectiva construtivista a intenção é a construção do conhecimento a partir da interação do sujeito com o mundo, e para cada criança a construção deste conhecimento exige elaboração, ou seja, uma ação sobre o mundo. Nesta concepção a aquisição do conhecimento é um processo construído pelo indivíduo durante toda a sua vida, não estando pronto ao nascer nem sendo adquirido passivamente de acordo com as pressões do meio. Conhecer é sempre uma ação que implica em esquemas de assimilação e acomodação num processo de constante reorganização. Para Freire, o especialista em Educação Física deverá ser um estudioso da ação corporal, por exemplo: quando alguém pega uma bola, já não existem mais mão e bola, mas uma fusão das duas coisas em algo chamado ação.