Abertura, competitividade e desoneração fiscal
Abertura, competitividade e desoneração fiscal, Rogério L. F. Werneck
Terezinha de Fátima Poncio*
O Texto para discussão N. 603 Abertura, competitividade e desoneração fiscal de Rogério L. F. Werneck, Ph.D. em Economia pela Universidade Harvard e professor titular da Pontifícia Universidade Católica-PUC do Rio de Janeiro, integra o Livro O Futuro da Indústria no Brasil: Desindustrialização em debate, tendo como organizadores Edmar Bacha e Monica Baumgarten. O objetivo do autor com o referido texto é fazer uma análise dos seguintes temas: a abertura da economia brasileira, o aumento das importações, a perda de competitividade da indústria brasileira e a desoneração fiscal.
O volume de exportações no Brasil aumentou significativamente nos últimos anos. No ano de 2000 alcançou 55 bilhões, passando para 256 bilhões em 2001. Paralelamente as importações tiveram índices elevados de aumento acompanhando as exportações. O autor faz uma comparação com o PIB brasileiro em dólares e mostra que a preços constantes, as exportações passaram de 8,16% do PIB, em 2000, a 10,66% do PIB, em 2001, enquanto as importações aumentaram de 7,94% do PIB para 12,16% do PIB neste período. Estes indicadores mostram uma economia ainda muito fechada, pouco integrada á economia mundial. A maior parte do PIB corresponde á produção de serviços, em grande medida não passíveis de comercialização internacional. Salienta o autor que, nas últimas décadas, comparado com outros países, o Brasil se tornou um produtor especialmente voltado para mercadorias agropecuárias, florestais e minerais, estando prestes a se tornar grande exportador de petróleo. Neste cenário, é natural que a demanda de importações esteja concentrada em produtos industriais. A entrada de importações no consumo de bens produzidos pela indústria de transformação, calculada a preços constantes, aumentou de 11,6% em 2000, para 20,7% em 2001. Segundo o autor, esta maior penetração de produtos importados não caracteriza uma