3 Licão de freud
Interpretação de sonhos e atos falhos
Depois de discordar do senso comum, que trata as técnicas deinterpretação de sonhos como sendo uma arte velha e ridicularizada, Freuddiz que “A interpretação de sonhos é na realidade a estrada real para oconhecimento do inconsciente.” (S. Freud, 1909,
Interpretation of Dreams,
p.608)Um dos problemas encontrados nessa técnica repete um pouco dosencontrados pela associação livre: tudo o que advém de forma aleatória eque não pode ser compreendida de imediato, mesmo aqueles sonhos queapresentam nexo e linearidade, é visto com desdém e menosprezo. Essarealidade já foi e é diferente na antiguidade e nas camadas sócias mais
baixas respectivamente, por crerem que através dos sonhos, era possívelprever o futuro.Contudo, nem todos os sonhos são de difícil compreensão, confusos eestranhos. Freud começa a explicar, então, os sonhos das crianças: elasexpressam, de forma geral, os deus desejos e acontecimentos ocorridos navéspera do sonho. E partindo do pressuposto de que os adultos nada maisseriam além de crianças maiores, seus sonhos também expressariam seusdesejos e pensamentos de véspera.O que você leu agora pode parecer um absurdo, mas somente deantemão pode-se afirmar que quando acordados, não conseguimos lembraro sonho por completo. Sem contar que o processo psíquico correspondenteteria uma expressão verbal muito diversa. O ato de verbalizar o sonhodemanda uma vasta escolha de palavras e acaba sendo diferente dospensamentos latentes do sonho (que é parte constituinte do inconsciente).Através do inconsciente é possível fazer um link com a histeria, uma vez queambos possuem o mesmo mecanismo e gênese. Portanto, quem sonhareconhece tão mal o sentido de seu sonho quanto um histérico associa osignificado dos seus sintomas. Até o processo que transforma o trauma emsintoma e o desejo em sonho, se parecem.Nenhum momento seria mais digno do que agora para se falar de“ elaboração onírica”
: um processo cujos