25 séculos de teoria pedagógica
Antes mesmo de existirem escolas, a educação já era assunto de pensadores. Toda uma classe de filósofos dos mais antigos da Grécia, os sofistas, tirava sustento da transmissão de conhecimentos aos filhos das famílias tradicionais e daquelas que planejavam subir alguns degraus na escala social. Os sofistas ensinavam uma concepção pedagógica bastante voltada para as demandas da vida prática.
Para Sócrates (469-399 a.C.), educação era outra coisa: o objetivo deveria ser a sabedoria, isto é, conhecer o mundo e a si mesmo.
Seu discípulo Platão (427-347 a.C.) construiu um sistema de conceitos no qual a preensão da realidade é posta em dúvida e o conhecimento só pode ser alcançado num plano ideal.
Aristóteles (384-322 a.C.), discípulo de Platão, inverteu as prioridades e defendeu que o mundo antecede o conhecimento e a ciência. O sistema de ensino que ele defendia era bem mais acessível a um número grande de pessoas do que o imaginado pelo predecessor.
Duas vertentes
Mesmo quando dominada pelo cristianismo, durante os quase mil anos da Idade Média, a educação experimentou as duas vertentes, uma seguida da outra, de acordo com os postulados filosófico-teológicos de Santo Agostinho (354-430) e de São Tomás de Aquino (1224/5-1274). O primeiro representou uma concepção mística do conhecimento, orientada para o espírito e a revelação, mas que não exclui o empenho, a disciplina e a preparação intelectual. São Tomás, por sua vez, defendeu o uso da razão na busca da elevação moral e na conquista da felicidade. E, pela primeira vez na era cristã a educação passou a ser focada no aprendiz.
Desde então, o pensamento pedagógico ressaltou ora o modo como se aprende, ora a importância dos conteúdos. Erasmo de Roterdã (1469-1536) valorizou sobretudo a capacidade do ser humano de moldar a si mesmo por meio da leitura e da liberdade de conhecer. Praticamente ao mesmo tempo, o fundador do protestantismo, Matinho Lutero (1483-1546), criou as bases