Didatica
Amélia, Trajetória Histórica da Didática, pag. 15 a 25.
Resumo A palavra “Didática” provém do Grécia antiga como arte de instruir e ensinar e surge no século XVII para inaugurar um campo de estudos na Educação, deixando-se de ser difusa ou intuitiva da prática vigente para tornar-se um objeto de reflexão de filósofos e pensadores que participam da história das ideias pedagógicas. Sua gênese deu-se na tentativa de se agrupar os conhecimentos pedagógicos, tornando-a superior da mera prática costumeira do uso ou do mito. A Didática surge graças à ação de dois educadores provenientes da Europa Central, que atuaram em países nos quais havia instalado a Reforma Protestante: Ratíquio e Comênio. Devemos as inovações introduzidas nos métodos de ensino que influenciaram em grande medida as reformas educativas e as teorias de eminentes pedagogos de séculos posteriores. Ele propõe a universalização do saber e a supressão dos conflitos religiosos e políticos, sendo chamado a vários países europeus para colocar em prática suas teorias pedagógicas e filosóficas. Convém esclarecer que com o aparecimento dos colégios do século XVI até XVIII, quando a educação não passava do saber enciclopédico, educar era uma questão de moda e uma exigência, tendo como meta não apenas a transmissão de conhecimentos, mas também a formação moral. A educação dá-se aos moldes da autoridade dogmática, da cultura eclesiástica medieval e, mesmo após esse rompimento, ela mantém fortemente hierarquizada, excluindo dos propósitos educacionais a grande massa popular, exceto os reformadores protestantes, que agem por interesses religiosos. Após Ratíquio e Comenius, temos Jean-Jacques Rousseau, Genebra, Suíça, (1712-1778), autor da segunda grande revolução didática, que, embora não fosse um sistematizador da educação, deixa de modo marcante um novo conceito de infância, quando, numa utopia pedagógica, ele imagina a educação de um jovem. Para ele o ensino deve visar