100 Pensadores essenciais: kant
“Quais são as precondições necessárias para se ter qualquer experiência?”
Provavelmente o maior filósofo e de maior influência desde Aristóteles, Kant passou quase toda a vida exclusivamente em sua terra natal Köningsberg. O mito popular conta que o professor de Köningsberg, solteirão inveterado, era tao regular em sua rotina diária que as donas de casa acertavam seus relógios pela hora que ele passava sob suas janelas. Sem dúvida apócrifa, essa história acentua, no entanto, o fato de que Kant era um sujeito nada aventureiro, com pouco interesse em música ou nas artes, mas com uma paixão por matemática, lógica e ciência. Kant afirmava, em sua obra, ter descoberto e exposto princípios universais de pensamento aplicáveis a toda a humanidade e em todos os tempos.
A influência de Kant provém, em grande medida, das primeiras de suas três Criticas – a enorme e complexa Crítica da razão pura (1781), na qual ele faz parte para descobrir e justificar os princípios subjacentes aos juízos objetivos sobre a realidade; e a mais concisa e lúdica Crítica da razão pratica (1788), em que tenta dar uma justificativa racional para os juízos éticos. Crítica do juízo (1790), que trata, em especial, das ideias de beleza e finalidade, recebe consideravelmente menos atenção.
Na primeira de suas Críticas, Kant estava interessado em justificar a metafisica como tema legitimo de investigação. Aos olhos dele, ela havia sido levada ao descrédito pelo impasse entre os racionalistas (ver Leibniz) e os empiristas (ver Hume). Os primeiros afirmavam que os juízos metafísicos – os princípios fundamentais sobre os quais se baseia todo o conhecimento – são apenas identificados e conferidos pelo intelecto. Os empiristas, por outro lado, afirmavam que a mente humana é como uma página em branco, ou tabula rasa, esperando ser escrita pelo mundo da experiência.
A genialidade de Kant foi descobrir um modo de sintetizar essas duas visões opostas. Seu insight fundamental