Antropologia das sociedades modernas

Como os trabalhos de B. Latour e M. Sahlins abrem caminhos para o estudo das sociedades modernas/capitalistas para a antropologia? Bruno Latour nos leva a refletir sobre a ideia de modernidade que se estabeleceu na sociedade Ocidental e faz uma crítica bastante pertinente ao conceito. Para ele, a sociedade contemporânea opera através do esquema de redes, como uma miscelânea de vários aspectos, que se misturam e se complementam. A modernidade, por outro lado, segue o ideal de fragmentação e e especificação. Se para Latour a sociedade é de rede, ele contrapõe essa proposta à ideia moderna de fragmentação do corpo social, em que cada área do conhecimento é não apenas diferente de qualquer outra e portanto única, como totais em si mesmas, a ponto de negar a produção vinda de outro setor do conhecimento. Outro ponto relevante que Latour levanta é a questão da “tradução” e da “purificação”. Juntamente com o conceito de redes, esse é o argumento principal que valida sua crítica à modernidade. Se à “tradução” cabe a visão da mistura existente na sociedade, a percepção de natureza e cultura como entidades complementares e fundidas; à “purificação” cabe a visão oposta, em que o mundo é fragmentado e categorizado. A primeira se relaciona bem mais à proposta de rede colocada por Latour e a segunda à ideia moderna de sociedade. Bem, se se é possível afirmar a “purificação” e a “tradução” como complementares, é nesse ponto que a modernidade se desfaz a partir da visão da…

RESENHA – ANTROPOLOGIA GERAL E JURÍDICA * MEAD, Margareth, 1901-1978. Sexo e Temperamento; tradução: Rosa Krausz . São Paulo : Perspectiva, 2006. * SAHLINS, Marshal David, 1930. Cultura e Razão Prática; tradução: Sérgio Lamarão – Rio de Janeiro : Jorge Zahar, 2003. * GEERTZ, Clifford, 1973. A Interpretação das Culturas; Rio de Janeiro : S.A, 1989. Aluno: João Gabriel Chagas Lopes Professor: Gilton Mendes Margareth Mead, em seu livro Sexo e Temperamento,…

O trabalho nas sociedades tribais Por que a questão do “trabalho” nas sociedades tribais não pode partir do mesmo ponto de vista que se adota para analisar o trabalho nas sociedades modernas? O trabalho nas sociedades tribais é feito para consumo de subsistência, cada pessoas tem para si designada uma específica tarefa, que são feitas em conjunto com outras atividades, o trabalho não tem um valor separado das outras coisas, é um conjunto de atividades que os constituem como tais. As…

controle de todo o processo agrícola, incluindo a distribuição da produção. Predomina aqui a ideia de que o controle econômico da terra, das oportunidades e frutos daí advindos, gera poder; em outras palavras, quem detinha o controle da terra exercia o domínio sobre alguns setores das relações sociais. Seguindo a teoria de Veblen, vários antropólogos consideraram que, em economias primitivas com sobreproduto, os chefes (e sacerdotes), controlando o excedente, tornam-se uma camada ociosa…

construindo níveis de significação compreendidos pelo doente. A ordem social, A ordem cosmológica, a ordem biológica e a ordem da existência são recuperadas através da estrutura cultural. Marshal Sahlins: um antropólogo em seu encontro Marshall sahlins pertenceu a escola neo-evolucionista. Esta tinha como base concepções históricas evolucionista extremamente influenciadas pelas ideias marxistas. Em sua obra Stone Age Economics , afirma que toda sociedade devia ser colocada ao longo…

começa a degradação do modelo Feudal. A estrutura produtiva transforma-se, a sociedade passa a produzir valores de troca – mercadorias. O comércio cresce, a produção aumenta → mercantilismo → capitalismo CAPITALISMO “A Revolução das Prioridades” O Capitalismo se estrutura na atividade industrial e na acumulação de capital; “produzir mais com menor custo, maximizar lucros e minimizar custos” Crescimento → diversificação da produção → “consumo” Consumo → novas tecnologias de…

e as consequências e mudanças sociais, políticas e econômicas resultantes desse contato. A queda do imperialismo foi o dispositivo que iniciou as mudanças, tanto no plano social quanto no plano político da disciplina, e trouxe o exótico para perto, desencadeado no processo de imigração. É importante observar que o processo de descolonização trouxe com ele uma luta no campo da filosofia e uma disputa do pensamento e do conhecimento fruto do processo diaspórico, aliado ao 45…

Londres, Routlegde and Kegan Paul, 1982: 12-38). 108 — relacional. Isto é, além dos demais níveis, sua carga de significação refere-se sempre, em última instância, às formas de organização da sociedade que os produziu e consumiu. Nesse campo, tem havido avanço muito grande das disciplinas interessadas nos objetos . Assim, por exemplo, a semiologia de um Abraham Moles (12) ou de Jean Baudrillard (13) ressaltam que o verdadeiro estatuto do objeto não deriva de uma teoria das…

ECONOMIA MORAL UM CONCEITO BOM PARA PENSAR A ECONOMIA SOLIDÁRIA? Noëlle Marie Paule Lechat ∗ Resumo: O artigo faz uma revisão do que certos antropólogos ou cientistas sociais têm escrito sobre a economia como fenômeno cultural, principalmente Weber, Sahlins e Geertz, sobre a economia moral, em particular, E.P. Thompson e sobre o dom, a partir da leitura que Caillé e Godbout fizeram de Mauss. Isto com o intuito de refletir e entender melhor o que pode vir a ser a economia solidária, e os…

Lévi-Strauss: un siglo de reflexión. Museo Nacional de Antropología, México on 19/11/2008. 24. GODELIER, M. O enigma do Dom. ANT 7401 - TEORIA ANTROPOLÓGICA III- (108 horas-aula) EMENTA: O pensamento antropológico pós-guerra e as bases da antropologia contemporânea. A diversificação dos paradigmas antropológicos em reações às escolas nacionais e aos modelos dualistas (natureza e cultura; indivíduo e sociedade; história e estrutura). Proposições para as antropologias processuais,…