A antiga mesopotâmia
Terra e Poder na Antiga Mesopotâmia – Uma Antropologia entre os “Primitivos” e os “Modernos”
Podemos extrair do texto algumas ideias que esclarecem os motivos ou condições que permitiram a existência da estrutura palaciana na região da antiga Mesopotâmia por mais de dois milênios, sem qualquer modificação mais expressiva, digna de registro.
A grande pergunta, dentro da História Econômica, seria qual tipo de relação existiu, de fato, entre o controle da terra e o poder político das complexas organizações daquela região.
A maioria dos assiriólogos costumam afirmar que o poder de mando dos Palácios (ou dos Templos, em certas ocasiões) estaria fundado na posse de terra e no controle de todo o processo agrícola, incluindo a distribuição da produção. Predomina aqui a ideia de que o controle econômico da terra, das oportunidades e frutos daí advindos, gera poder; em outras palavras, quem detinha o controle da terra exercia o domínio sobre alguns setores das relações sociais.
Seguindo a teoria de Veblen, vários antropólogos consideraram que, em economias primitivas com sobreproduto, os chefes (e sacerdotes), controlando o excedente, tornam-se uma camada ociosa e, através de mecanismos de ostentação(em particular o consumo), criam distinções em relação aos produtores diretos, obtendo dessa forma, poder político.
Em oposição a esta linha de pensamento, na visão de Marshal Sahlins, os estudos mostram que o poder é sustentado pela generosidade, por dar, ajuntar e distribuir, não por consumir; ou seja, o chefe emerge não como um consumidor, mas como um distribuidor da riqueza tribal, uma função que efetiva a equalização do consumo e estimula muitos tipos de atividade tribal. Em outras palavras, o homem poderoso não é aquele que tem a posse da riqueza em si, mas a usa em prol da comunidade, buscando solucionar a sua demanda por bens e estimulando o aumento da produtividade.
Os exemplos apresentados, como quando a cidade de