Furet François

O objecto de análise desta recensão crítica foi o livro Fascismo e Comunismo, de François Furet e Ernst Nolte, tradução por Francisco Agarez da versão original Fascisme et Communisme, Lisboa, Gradiva publicações, 1999. Esta obra está dividida em nove capítulos (cada capítulo dividido em múltiplos subcapítulos) e foca três principais ângulos: o das ideias, que leva os autores a estudar a forma como a democracia se vê dilacerada entre o universal e o particular;

REVISTA DE FFLCH-USP Revista de Historia 132 1a semestre de 1995 FRANÇOIS FURET HISTORIADOR DA REVOLUÇÃO FRANCESA Modesto Florenzano Departamento de Historia FFLCH/USP RESUMO: F. Furet é atualmente o mais importante e polèmico entre os historiadores da Revolução Francesa. O objetivo deste trabalho é mostrar como e porque ele conquistou esta posição. Para tanto, mostramos sua carreira de historiador e examinamos o conjunto de seus escritos sobre a Revolução Francesa,…

uma única atividade foi desfeita, sendo substituída pelo consentimento - por parte do povo - de que devem submeter-se à política que o Estado exerce sobre os indivíduos. Esse consentimento é dado através de um princípio de democracia. Segundo François Furet (1989), um dos intérpretes da história do século XVIII, a Revolução Francesa criou a política da democracia, mas não criou os procedimentos essenciais para se levar uma vida democrática, ou seja, não criou as regras. O Terror foi um…

como uma necessária transição do feudalismo para o capitalismo. Diferentemente, François Furet, baseado nas interpretações de Aléxis de Tocqueville e Augustin Cochin, critica a análise historiográfica sobre o tema no século XX: “A Revolução é o espaço histórico que separa um poder de outro poder, e onde uma idéia de ação humana sobre a história substitui-se ao instituído” (FURET, p.40) Furet aponta as contradições e o mito das origens, - presente tanto em…

independência como guerras civis nos conflitos travados entre 1810 e 1817. Com isso Chaunu prioriza os conflitos internos dos movimentos populares, em detrimento dos externos tendo em vista a complexidade da sociedade. Com as ideias trazidas por François Furet, ao fazer uma releitura marxista da Revolução Francesa, em seu livro Pensando a Revolução Francesa, publicado em 1978, ele afirma que a mesma ocorreu como um processo e um acontecimento ao mesmo tempo. No último tema, a autora…

- Identificar los argumentos de F.F. sobre la Revolución de Octubre de 1917. Furet quem mais sistematicamente procurou desenhar a dimensão positiva desse mito, adaptando-a à genealogia da experiência soviética. Em O Passado de uma Ilusão, um livro de 1995, dedica um capítulo inteiro aquilo que chama«o encanto universal de Outubro», que considera haver adquirido, logo após o termo da Primeira Guerra Mundial,«o estatuto de um acontecimento universal» capaz de preencher uma expectativa…

paulatinamente, um regime de exceção, pois visitas domiciliares são autorizadas, sob o pretexto de haver armas em mãos de cidadãos suspeitos, bem como tropas e comissários enviados e que obtinham poderes acima dos oficiais civis e militares. Segundo François Furet, o Terror “já existia no início do verão de 1789, relacionado à idéia de que a Revolução estava ameaçada por uma conspiração aristocrática que só poderia ser destruída por medidas sumárias”. [9] No entanto, o ponto…

Associados, 1996. FREIRE, Paulo. A pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2003. FONSECA, Selva Guimarães. Caminhos da história ensinada. Campinas, SP: Papirus, 1993. FURET, François. O historiador e a história – um relato de François Furet. In: Estudos Históricos, RJ, n. 1, 1988.

historiográfica positivista, explicando a História através dos estudos dos fatos, datas e de alguns personagens históricos considerados importantes durante o período trabalhado. Uma visão que já está ultrapassada, conforme vimos em sala, autores como François Furet que busca quebrar com a idéia de que após a criação de instituto para estudar a Revolução Francesa, a interpretação revolucionária marxista acabou sendo sacralizada, inclusive este autor tenta quebrar com uma ideologia de uma…

uma história; ao texto escrito corresponde a aula. Ambos são autores; ambos fazem História. O convite à reflexão estava posto; quase um desafio. Não saberia dizer com certeza se não quis ou não consegui recusá-lo! Começo retomando a sentença de François Furet: “Fazer história é contar uma história”. Não saberia dizer se o historiador francês a enunciara pela primeira vez no já distante ano de 1975. O que é possível dizer é que ele não foi, seguramente, o primeiro a estabelecer uma…