Amebíase

tese da separação de duas espécies de ameba morfologicamente idênticas. Uma seria a forma não patogênica (E. dispar) e a outra a forma patogênica (E. histolytica). A primeira seria responsável pela forma não invasiva da doença, ou seja, que não causa nenhum sinal da doença ou invasão da mucosa, mesmo em pacientes com AIDS. É um importante protozoário causador de diarréia aguda em homens homossexuais, mesmo nos não portadores de HIV, onde estudo comparativo realizado em Toronto, no Canadá, mostrou que em 200 homens homossexuais e 100 heterossexuais, as freqüências de portadores de E. histolytica foram, respectivamente, de 27% e 1%. (CIMERMAN et al., 1999). São atribuídos a ela 90% dos casos clínicos assintomáticos no mundo. Já a segunda é o agente causador da colite amebiana e de todas as formas da amebíase extra-intestinal, sendo responsável pelo acometimento de 10% da população mundial. A E. dispar ocorre mais freqüentemente em indivíduos do sexo feminino, enquanto E. histolytica tem igual prevalência em ambos os sexos. Vários genes, como o da galactose, lectina, ameboporos, hemolisinas e cisteíno-protease, são expressos tanto em E. histolytica quanto em E. dispar, porém a diferença quantitativa e qualitativa da expressão entre ambas as espécies é o que torna uma invasiva e a outra não invasiva. Mesmo havendo, na literatura, vários argumentos a favor, além do reconhecimento da Organização Mundial de Saúde, estudos ainda mostram certas controvérsias e muitas dúvidas…