Amebíase

INTRODUÇÃO

A Amebíase é uma infecção determinada pela Entamoeba Histolytica, prevalente em todo o mundo e comum nos países em desenvolvimento (DUARTE, 2006). Afeta cerca de 10% da população mundial, causando doença invasiva em cerca de 50 milhões de pessoas a cada ano (GOODMAN et al., 2006), das quais cerca de 100 mil morrem (DUARTE, 2006; GOODMAN et al., 2006). A observação microscópica para pesquisa de cistos/trofozoítos nas fezes é ainda o exame de escolha para o diagnóstico da amebíase intestinal. No entanto esse procedimento tem sido reavaliado desde que foi demonstrado que existem espécies distintas de Entamoeba, que apesar de possuírem as mesmas características morfológicas, são diferentes em relação a sua capacidade de causar doença. Considera-se atualmente a existência de duas espécies sendo a E. Histolytica invasiva e patogênica, e a Entamoeba díspar, não invasiva e não patogênica (DUARTE, 2006; GOODMAN et al., 2006). Esta reclassificação foi resultado de dados clínicos, bioquímicos, genéticos e imunológicos, nos quais foram feitos por teste de ELISA e representaram um avanço significativo no conhecimento da amebíase (GOODMAN et al., 2006). Como a infecção com a E. díspar é aproximadamente 10 vezes mais comum que a infecção com a E. histolytica e não podem ter distinção visualmente, o uso da microscopia para o diagnóstico da amebíase resulta em dados superestimados e tratamentos desnecessários. Além do que a microscopia tem uma sensibilidade de apenas 60% comparada com a cultura e análise isoenzimática. Diante da incapacidade da microscopia de distinguir entre as duas espécies (E. histolytica e E. díspar). A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que o resultado do exame parasitológico de fezes realizado pela microscopia deve ser registrado com E. histolytica/E. díspar (DUARTE, 2006). Clinicamente a E. histolytica e não a E. díspar é a responsável pela presença de colite ou abcesso hepático. Não foram encontrados casos documentados de