“Aspectos e características da matriz liberal e da matriz Marxista”
Na formação do pensamento liberal quatro filósofos obtiveram grande relevância: Thomas Hobbes, John Locke, Charles Louis de Secondat, barão de Montesquieu (1689-1755) e Jean Jacques Rosseau (1712-1778). Seus pensamentos em conjunto, influenciaram a política das sociedades ocidentais, a partir do século XVIII até nossos dias. Esses filósofos utilizavam o método racional, tratando do direito público e dos fundamentos e natureza do poder do Estado, distinguindo o Estado da sociedade civil. Suas filosofias apontavam que os indivíduos são iguais por natureza e igualmente portadores de direitos naturais, não podendo em hipótese alguma desistir: dos direitos à liberdade e à propriedade. Em estado de natureza, não havendo um poder estatal formado direcionando a relação entre homens, os indivíduos obteriam liberdade, usufruindo todo o quanto possuísse.
A única Lei existente seria da natureza, mas com a condição miserável da humanidade, foi necessário formalizar um contrato, originando o Estado, trocando a independência pela segurança, submetendo-os ao poder do mesmo. Ficando estabelecidas as seguintes condições: Sob ordem civil, mas prevalecem os direitos naturais; preservação da liberdade e da propriedade dos indivíduos, considerada pelos liberais, cláusula pétrea de qualquer contrato social; poder delegado aos governantes e não mais por unção de Deus. De acordo com o liberalismo todo indivíduo é portador de direitos irrevogáveis.
Na matriz liberal o domínio do Estado sobre a sociedade funda-se em um contrato social, onde os cidadãos abrem mão em parte de sua liberdade individual, em troca de segurança e justiça. Para os liberais a vida em sociedade não é natural, ela nasce pela necessidade de se superar um estado de guerra generalizada de todos contra todos, gerando uma situação de extrema insegurança. Essa vida em sociedade seria um instrumento balizador das relações entre o Estado e os cidadãos.