‘’A proteção familiar sob a ótica do pluralismo de bem-estar’’
O texto de Potyara Pereira-Pereira, trata das mudanças estruturais da família e o seu papel na sociedade. Identificada como uma das mais antigas e provedoras formais de bem-estar, e tradicionalmente considerada a célula máter da sociedade, a família ganhou relevância atual justamente pelo seu caráter informal, livre de controles externos. ‘’Tratando-se de família não há aparentemente regras ou regulamentos evidentes ditando ‘’o que’’ deve ser feito ou ‘’como’’ deve ser feito. Há preponderantemente, o desejo espontâneo de cuidar e a predisposição para proteger, educar e até para fazer sacrifícios’’, segundo Alcock (1996:102).
O autor ressalta a ideia de que a família como toda e qualquer instituição social, deve ser encarada como uma unidade simultaneamente forte e fraca. Forte porque os indivíduos podem encontrar refúgio contra o desamparo e a insegurança da existência, porque nela se dá a transmissão de ensinamentos e socialização que permanecerão pela vida inteira das pessoas. E frágil, pelo fato de não estar livre de despotismos, violências, confinamentos, desencontros e rupturas.
Segundo a autora, a tradicional família nuclear – composta de um casal legalmente unido, com dois ou três filhos, na qual o homem assumia encargos de provisão e a mulher as tarefas do lar – que ainda hoje serve de referência para os formuladores de política social, está em extinção. De acordo com o texto, a ampla participação da mulher no mercado de trabalho e na chefia de casa foi um fator de grande responsabilidade para que houvesse seu esgotamento.
Conforme Potyara, além das mudanças na estrutura familiar, os divórcios e os novos casamentos, tornam muito mais complexas e intrincadas as redes de parentesco e da solidariedade. A Autora ressalta que à partir dos anos 90, as famílias assumiram uma variedade de formas e arranjos, e exigiram revolucionárias mudanças conceituais e jurídicas. Agora o conceito de