É preciso acreditar na floresta
Não vai longe o tempo em que o Homen necessitava da floresta para sobreviver. As propriedades eram heranças de gerações produtoras onde os nossos avós tratavam carinhosamente da floresta, limpavam, recolhiam gravalha, roçavam o mato, compunham o terreno por causa das chuvas, tratavam das plantas.
Conheciam pé a pé cada uma das árvores que tinham. Quando precisavam de dinheiro ou porque um filho ia casar, ou porque era necessário reparar o telhado da casa, custos que não se esperavam, então cortava-se o pinheiro mais grosso.
Os serviços florestais eram um saudoso exemplo de operacionalidade. Faziam plantações massivas, pontes, caminhos, estradas e obras hidráulicas. Existiam brigadas que trabalhavam na floresta dia após dia e guardas florestais que conheciam o território como mais ninguém e faziam cumprir as regras existentes, habitando ali, em suas casas mesmo no meio da floresta.
Havia floresta, havia trabalho, havia saber, conhecimento, técnica e sobretudo acreditava-se, havia fé na floresta.
Hoje, como diz o povo, as coisas estão pretas. Pretas do fogo, de cinzas, de doenças, da sombra das acácias, das plantas nefastas e invasoras.
Preta está a floresta, triste e só por ninguém a trabalhar, de ninguém investir.
As propriedades são inúmeras e de pequenas dimensões, com muitos proprietários e alguns desconhecidos, o seu cadastro é inexistente, as suas delimitações são confusas e provocadoras de muitos conflitos.
Os incêndios, as espécies invasoras, as doenças e a baixa rentabilidade, a baixa participação do Estado nos apoios existentes, acompanhados de desinteresse e desmotivação dos investidores e dos proprietários, são factores que levam o Homem a deixar desmoronar a importância e a vida da floresta.
Os riscos, os lobbies, as frustrações acumuladas, sucessivos e inconsequentes planos e legislação não permitem vermos a situação melhorar e a progredir provocando desânimo e tristeza.
Mas temos de acreditar e