Ética e Qualidade
ÉTICA E QUALIDADE NAS ORGANIZAÇÕES
Paulo Sertek - psertek@xmail.com.br
Mestre em Tecnologia e Desenvolvimento
SERTEK, P. Desenvolvimento Organizacional e Comportamento Ético. Dissertação de Mestrado.
CEFET/PR – PPGTE . 2002. disponível no endereço: http://www.ppgte.cefetpr.br/dissertacoes/2002/sertek.pdf 1. Introdução
Chamou-me a atenção um artigo de jornal, escrito por Peter Nadas, que introduzia o tema da ética da seguinte forma: "Todas as vezes que, em conversas com amigos, menciono a expressão ética empresarial, os sorrisos irônicos aparecem imediatamente nos lábios: Será que existe isso?, perguntam-me eles. Existe aí uma contradição, acrescentam geralmente. O mundo da empresa é voltado para os lucros, o que vale é o resultado final, tudo se justifica em função deste fim. Logo, onde o fim justifica os meios, não se pode falar em ética...Os oligopólios, os acordos de preços secretos, as concorrências públicas “fajutas”, a corrupção ativa e passiva, os conflitos de interesse, a propaganda enganosa, a inobservância das leis, a poluição, a sonegação... onde está a ética? Pobre amigo, tira o cavalinho da chuva: ética e empresa simplesmente não podem conviver!”1. Esta impossibilidade de convivência, costuma ser a solução mais fácil. É muito cômoda a solução anti-ética pois visa atingir resultados a curto prazo. Procedimentos antiéticos, sem considerar o seu mal intrínseco, produzem um acomodamento das pessoas e instituições no estágio já atingido. Estimulam a incompetência profissional e favorecem a falta de talento. Aonde exigiria mais trabalho, criatividade ou melhoria de qualidade apelase para a falsidade ou a corrupção. Tal postura, individual ou coletiva, provoca uma diminuição da capacidade de superação das dificuldades e afeta a vitalidade competitiva da empresa. O próprio esforço por buscar soluções fundamentadas nos princípios morais aperfeiçoam as pessoas e redundam na melhoria do sistema onde estão inseridas.