Ética a Nicômaco Livro I
LIVRO I
O livro “Ética a Nicômaco”, de Aristóteles, começa dizendo que toda arte e toda investigação visam a um bem qualquer, e que esse bem é aquilo a que todas as coisas tendem.
No entanto, seria entre as finalidades que encontraríamos maior diversidade e justamente por isso, seriam as finalidades mais excelentes do que as ações das quais surgiram. Logo, se para todas as ações existe um fim, esse fim deveria ser o bem.
O bem é objeto de estudo da ciência política. Um homem da política deve pautar todas suas ações pensando no bem para sua cidade-Estado. No entanto, ao admitir que suas ações sejam direcionadas para um grupo de homens ao invés de um só, haveria divergências entre as definições de bem.
A maioria dos homens costuma definir o bem como a felicidade. Mas, novamente, divergem sobre o conceito de felicidade. Para este conceito, existem três opiniões diferentes e para desvendá-las, devemos considerar três tipos de vida: a vida agradável, a vida política e a vida contemplativa.
Os homens de menor refinamento costumam associar o prazer à felicidade e, por isso, amam a vida agradável. Já os de maior refinamento vêm à honra como objetivo da vida política e, por isso, associam honra a felicidade.
Mas a honra está ligada diretamente com quem a concebe e não com quem a recebe e, por isso, não pode ser a finalidade de coisa alguma. Um homem da política tem como dever buscar a honra em suas ações, baseando-se em suas virtudes. Dessa forma, o objetivo da vida política passa a ser a virtude, e não mais a honra.