ÉTICA DO CUIDADO E DO FEMINISMO
Na pressuposição de que a ética seja uma reflexão filosófica da moralidade, entende-se então, que está se encarrega de aprofundar e analisar vários âmbitos do pensamento e da vida humana. Nessa perspectiva, são inúmeras as correntes éticas contemporâneas que são condutoras de questões, envolvendo a ética e suas seções: a metaética, a ética do cuidado, a bioética entre outras. É através dessas reflexões, que se é possível buscarem melhor compreender o comportamento humano, fundamentá-lo em ações ou regras, para que assim, seja possível uma melhor convivência entre os seres humanos, no mundo e também entre esses e todos os demais seres que povoam esse mundo.
Como as reflexões filosóficas da ética vêm-se modificando com o passar dos anos, chamou-me a atenção um dos modelos de ética contemporâneas abordados no livro. Trata-se da Ética do Cuidado e do Feminismo. Essas concepções éticas têm como ponto de partida o estudo sobre a moral e também sobre os movimentos feministas, surgidos principalmente nas décadas de 1960 e 1970. Têm também como seu representante máximo a filosofa Carol Gilligan, pois ela defendia que o desenvolvimento psicológico moral entre homens e mulheres é diferente. Carol afirma que, na grande maioria das mulheres a orientação moral está intrinsecamente voltada para o “cuidado”, especialmente daqueles que formam ou fazem parte de seu elo de vida, tendo assim, um grande apreço pelos detalhes.
Assim, segundo a autora, meninos e meninas tenderiam a resolver de maneiras distintas problemas de cunho moral. Após ter observado como meninos e meninas resolveriam o “Dilema de Heinz (roubar ou não o remédio do farmacêutico ganancioso para salvar a esposa doente).” (DALL’AGNOL, p. 164). Gilligan chega à conclusão que a orientação moral básica das mulheres é cuidar dos outros. Já os homens, por pensarem racionalmente a partir de princípios abstratos, não considerariam o cuidado como