Édipo Rei
Édipo, no início da trama, mostra-se um homem bom, ao fugir de sua família adotiva para evitar que a profecia se concretizasse; um homem sábio, ao resolver o enigma da Esfinge e libertar os habitantes; e um homem justo, ao colocar-se à disposição para encontrar o assassino de Laio - onde quer que ele estivesse - e impor-lhe seu castigo devido. No entanto, no decorrer da narrativa, e com o desenrolar dos fatos, Édipo vê-se ameaçado, ao ouvir as revelações de Tirésias. Este, acusando o rei de ser o assassino que ele mesmo procura, retira o véu sobre o mistério de sua história e coloca Édipo frente a frente à realidade. Transtornado pelo medo, Édipo não aceita e transforma-se em um homem injusto, ao acusar, sem prova alguma, seu cunhado Creonte e o velho Tirésias de quererem roubar-lhe o posto; em um homem ignorante, ao negar a história sem certificar-se da verdade, por medo de perder o poder político e religioso e em um homem mau, ao impor punições aos seus acusadores. Édipo transforma-se em um tirano. Estabelecendo-se uma comparação entre os aspectos religioso e político da obra e um dos períodos mais estudados da História Geral, a Idade Média, pode-se perceber grande semelhança. Com a Reforma Luterana e o surgimento de novas religiões, a Igreja Católica, por medo de perder seu domínio, transforma-se em verdadeira produtora de tirania. Em um movimento denominado Contrarreforma, que consistia em um conjunto de medidas com o objetivo de