Édipo Rei
Por mérito, Édipo Rei (peça de teatro grega criada por Sófocles) foi considerado por Aristóteles, o mais perfeito exemplo de tragédia grega. É um clássico que continua sendo lido insaciavelmente na contemporaneidade e com certeza nas próximas gerações. O mito de Édipo Rei influenciou até na psicanálise, pois Freud baseou-se neste mito para criar uma dos seus importantes conceitos (Complexo de Édipo), onde explica o conflito de sentimentos de amor e ódio vivenciado na infância, a preferência velada do filho pela mãe, acompanhada de uma clara apatia pelo pai.
Aristóteles na sua obra “Poética” analisa a peça das seguintes formas:
A Peripécia é a mudança da ação no sentido contrário ao que foi indicado, no seguinte trecho podemos encontrar esta ação:
EMISSÁRIO
Não te liga a Políbio nenhum laço de sangue.
ÉDIPO
Que estás dizendo? Políbio não é meu pai?
EMISSÁRIO
Ele é tanto teu pai, quanto eu...
ÉDIPO
Políbio é tanto meu pai
Como um estranho qualquer?
EMISSÁRIO
Quem te gerou não fui eu,
Mas não foi ele tampouco...
ÉDIPO
Mas ele sempre me chamou de filho!
EMISSÁRIO
De minhas mãos ele te recebeu,
Como um presente meu.
A Harmatía é o erro por julgamento, ou ignorância. Na tragédia podemos identifica-la na cena em que Édipo acusa Tirésias erroneamente em ter tramado o crime contra Laios:
ÉDIPO
Precisamente! E na raiva
Não guardarei o que venha à cabeça:
A mim me parece
Que tu tramaste e executaste todo o crime,
Só não chegando a utilizar as próprias mãos;
Não fosses cego, eu diria que até a matança
Foi obra tua e de mais ninguém!
O Reconhecimento é uma situação provocada por ação das personagens que revela elementos da história ou das personagens que a fazem passarem da ignorância ao conhecimento. Em Édipo Rei, notamos o reconhecimento no momento em que ele descobre que é o assassino de Laio e filho de Jocasta:
PASTOR
Senhor, eu tive pena!
Pedi àquele homem que o levasse
Para a cidade dele... Agora vejo
Que o