Álcool, drogas e o trabalhador
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o Brasil está acima da média mundial em consumo de bebidas alcoólicas. O levantamento considerou pessoas acima de 15 anos, contabilizando uma média de 8,7 litros de álcool por ano, no ano de 2010, sendo a média mundial 6,2 litros de álcool. Também foi constatado que homens bebem três vezes mais que as mulheres, ao longo de três anos, os homens ingeriram, em média, 13,6 litros de álcool por ano, enquanto as mulheres consumiram 4,2 litros por ano. Quanto a abusos dessas bebidas alcoólicas, os homens também se sobrepõem as mulheres sendo 30% à 11,1%. Quanto a óbitos por consumo exagerado de álcool, cerca de 3,3 milhões de pessoas morreram em todo o mundo.
Em trabalhadores, reconhece-se o consumo de álcool e drogas e consequentemente em alguns casos o uso abusivo e dependência. Alguns eventos característicos de trabalho, como festas, happy hours, são comportamentos sociais que estimulam o consumo de álcool (BECK, DAVID, 2007). No âmbito ocupacional, a falta de proximidade com os funcionários, não permite nitidamente a identificação de situações de uso e abuso de drogas e álcool. As alterações comportamentais são relacionadas a outras questões, e quando percebidas já podem constituir-se em dependência (BECK, DAVID, 2007). O uso dessas substâncias pode acarretar em efeitos negativos na produtividade do funcionário e consequentemente na empresa. Podendo ser expressado em absenteísmos, atrasos, aumento na ocorrência de acidentes, ações inadequadas e conflitos interpessoais (BECK, DAVID, 2007). Atualmente o número de empresas que atuam desenvolvendo atividades relacionadas a prevenção é muito pequeno, essas iniciativas começaram nos anos 80, mas até hoje não são muito adotadas pelas empresas (ROBERTO, et al., 2002). A saúde ocupacional poderia trabalhar na prevenção primária e secundária, podendo avaliar os padrões de consumo e nas alterações comportamentais e intervir de forma educacional e preventiva