Água quase tudo...e cloreto de sódio.
Purificação do Cloreto de sódio
Este texto é, em parte, uma adaptação do trabalho “Purificação de um sal iónico”, descrito num antigo manual da cadeira de Introdução às Técnicas Laboratoriais de Química, do 1º ano do curso de Engenharia Química do Instituto Superior Técnico.
Objectivo do trabalho
Ilustrar os conceitos envolvidos na cristalização como técnica de purificação e de crescimento cristalino.
Purificação do cloreto de sódio por dissolução, filtração e precipitação (recristalização). Observação do hábito e tamanho dos cristais obtidos por três técnicas de cristalização diferentes:
-Precipitação por efeito do ião comum (Cl-).
-Precipitação por utilização de mistura de solventes (água-etanol) com variação da constante dieléctrica e da solubilidade.
-Precipitação por evaporação lenta do solvente.
1-Introdução teórica
1.1- A constituição do sal de cozinha O vulgar sal das cozinhas ou sal de mesa é constituído em cerca de 99% (em massa) por cloreto de sódio NaCl [1] e diversos componentes, alguns dos quais em quantidades vestigiárias. Entre estes encontram-se algumas impurezas associadas ao seu processo de extracção e substâncias propositadamente incluídas na sua constituição, designadas por aditivos, que lhe melhoram as propriedades nutricionais, de processamento industrial e armazenagem. O cloreto de sódio encontra-se na Natureza bastante puro e cristalino, constituindo o mineral halite, mais vulgarmente designado por sal-gema. A sua exploração mineira é então feita a partir destes depósitos subterrâneos de origem sedimentar, antigos lagos ou veios de água salgada (por exemplo, nas minas do Salir no Algarve, na Polónia). Porém, a sua principal proveniência é da água do mar, da qual é um dos constituintes maioritários (Tabela 1: a água do mar contém cerca de 35g/Kg de sais [1]). A sua exploração é então feita a céu aberto e em grande escala nas salinas, por evaporação natural ao sol e ao vento (Aveiro,