Ácidos Graxos
A produção de gordura vegetal hidrogenada no Brasil, começou por volta de 1960. Nos últimos anos, a indústria nacional de gorduras hidrogenadas, esteve mais direcionada para o desenvolvimento de produtos com características específicas, que atendessem às necessidades da indústria de alimentos, do que para a produção de gorduras com baixos níveis de isômeros trans2.
Os ácidos graxos são denominados trans, quando os hidrogênios ligados aos carbonos de uma insaturação encontram-se em lados opostos. Na natureza, os ácidos graxos geralmente são encontrados na configuração cis. Nesta configuração, os hidrogênios ligados aos carbonos da dupla ligação se encontram do mesmo lado. Os ácidos graxos trans (AGT) sempre estiveram presentes na alimentação humana, através do consumo de alimentos provenientes de animais ruminantes. Entretanto, com a produção de substitutos para a manteiga e as gorduras animais, principalmente a partir da hidrogenação parcial de óleos vegetais, cuja presença destes isômeros na dieta se tornou significativa1.
Implicações Nutricionais
Em 1961, já se realizavam estudos comparando os efeitos sobre os níveis de colesterol plasmático da ingestão de gordura parcialmente hidrogenada, de óleos vegetais e gorduras saturadas. Estes estudos mostraram os níveis de colesterol total associados à ingestão de gordura saturada eram um pouco mais elevados que os níveis relacionados a gordura parcialmente hidrogenada3,4.
Diversos estudos5,8-11,16,17 tem avaliado a influência da ingestão elevada de ácidos graxos trans sobre os níveis da lipoproteína(a) (Lp(a)), considerada um fator de risco para doenças cardiovasculares. Segundo Lippi & Guidi18, a Lp(a) provavelmente atua inibindo competitivamente o plasminogênio, o que impossibilita a sua ativação em plasmina, uma enzima responsável pela degradação da fibrina.
Os ácidos graxos trans vem sendo associados com o aumento dos níveis de